Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Amém!
Oração inicial:
Deus, vinde em nosso auxílio. Senhor, socorrei-nos e salvai-nos.
“Querida Santa Clara, que seguistes de perto São Francisco, na vida de pobreza e no amor ao próximo e a Deus; olhai carinhosamente para o mundo de hoje, tão necessitado de vossa proteção. Ouvi meu pedido e concedei-me a graça que vos peço, com fé e confiança. Como verdadeiro necessitado, rogo-vos que me alcanceis de Cristo a saúde espiritual e corporal, para mim e meus familiares. Sobretudo, peço a vossa ajuda para o problema que me aflige …(especificar o problema). Atendei-me, Santa Clara, pela força que tendes junto a Deus e pela fé que me faz buscar vossa proteção. Amém.”
Oração final:
Primeiro dia
Oração inicial.
Reflexão: “Uma voz cantava ao longe, entre o luar e as pedras. E nos palácios fechados, entregues às sentinelas, exaustas de tantas morte, de tantas guerras, Estremeciam os sonhos no coração das donzelas. Ah! Que estranha serenata, eco de invisíveis festas! A que se dirigiam palavras de amor tão belas, tão ditosas (de que divinos poetas?), como as que andavam lá fora pelas ruas e vielas, diáfanas à lua, graves nas pedras?”
Meditação: Era a voz de Francisco, porque Clara sabia do alvoroço em Assis. O rico, ambicioso e gentil jovem, filho de um comerciante e rei de noitadas e suntuosas festas, de repente, deu uma guinada fantástica em sua vida. Até então, a vida dele estava baseada no luxo, nos prazeres e futilidades do mundo. Uns o chamavam de louco, outros de excêntrico. Clara se deixava questionar.
Para ela o rumo novo da vida de Francisco se tornara um espinho de interrogações. Francisco falava de Deus e com Deus; falava de Deus para todas as criaturas. Tornando-se homem/transparência de Cristo, do Evangelho e da Mensagem Viva de um ideal.
Oração final.
Segundo dia
Oração inicial.
Reflexão: “Fechai os olhos, donzelas, sobre a estranha serenata! Não é por vós que suspira, enamorada… Fala com dona pobreza, o homem que na noite passa. Por ela se transfigura, que é a sua Amada! Por ela esquece o que tinha: prestígio, família, casa. Fechai os olhos, donzelas! (Mas se sentis perturbada pela grande voz na noite a solidão da alma, abandonai o que tendes e segui, também, sem nada essa flor da juventude que canta e passa!).”
Meditação: Francisco é feliz e, cantando segue o Cristo pobre e humilde. A Boa Nova tocou profundamente a alma sensível de Clara, que sentiu no seu interior vibrar acordes uníssonos aos de Francisco. Era, então, preciso se encontrar com ele. Precisava saber que dentro de Clara a chama do novo ideal de vida evangélica estava latente. Foi o início da amizade indestrutível, cujo elo era o amor mais puro e genuíno a Jesus Cristo.
Oração final.
Terceiro dia
Oração inicial.
Reflexão: “Cantara ao longe Francisco, jogral de Deus deslumbrado. Quem se mirara em seus olhos, seguira atrás de seu passo! (Um filho de mercadores pode ser mais que um fidalgo, se Deus o espera com seu comovido abraço…). Ah! Que celeste destino, ser pobre e andar a seu lado! Só de perfeita alegria levar repleto o regaço! Beijar leprosos sem se sentir enojado! Converter homens e bichos! Falar com os anjos do espaço! (Ah, quem fora à sombra, ao menos, desse jogral deslumbrado!).”
Meditação: A descoberta da pobreza como valor evangélico, como libertação interior, como imitação de Cristo Pobre encontrou o coração de Francisco e Clara. Eles quiseram ser pobres e viram na pobreza a condição para o seguimento do Mestre que diz: “Vá, vende tudo o que tens, dá aos pobres e siga-me”. Santa Clara seguiu à risca seu amigo Francisco. A grande luta de sua vida foi ser fiel à pobreza escolhida.
Oração final.
Quarto Dia
Oração inicial
Reflexão: “Voz luminosa da noite, feliz de quem te entendia!” (Num palácio mui guardado, levantou-se uma menina: já não pode ser quem era, tão bem guarnida, com seus vestidos bordados, de veludo e musselina; já não quer saber de noivos: outra é a sua vida. Fecha as portas, desce a treva, que com seu nome ilumina. Que são lágrimas? Pelo silêncio caminha). Um vasto campo deserto, a larga estrada divina! Ah! Feliz itinerário! Sobrenatural partida!”
Meditação: Clara, a primeira Franciscana, era uma jovem de escola que contava com 18 anos de idade. Jovem, mas madura para dar resposta à audaciosa proposta de doação e entrega que a radicalidade de Francisco lhe propunha. Entregou-se ao Cristo Pobre como Virgem Pobre. A confiança de Clara no Pai que cuida das “Aves do Céu” e dos “Lírios do Campo” foi sem limites. Ela enfrentou bispos, cardeais e o próprio Papa na defesa de seu direito de viver o Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, pobre, como ela O entendia.
Oração final.
Quinto dia
Oração inicial.
Reflexão: “Escutai nobres fidalgos: a menina que criastes é uma vaga sombra, fora de vossa vontade, livre de enganos e traves. É uma estrela que procura outra vez a eternidade! Despida de suas jóias e de seus faustosos trajes, inclina a cabeça com terna humildade. Cortam-lhe as tranças: ramo de luz nos altares, mais clara do que seu nome, no fogo da caridade queima o que fora e tivera: ultrapassa a que criastes!”
Meditação: No dia 19 de março de 1212, Domingo de Ramos, na Catedral de São Rufino, o bispo distribui os ramos bentos. Clara não via o que se passava ao seu redor, pois era o dia combinado com Francisco para a execução de seu audacioso plano de servir a Deus na pobreza; na humildade de Jesus Cristo; e de Sua Mãe Santíssima. Na calada da noite, acompanhada por sua prima Pacífica e num gesto de coragem e fortaleza, Clara, intrepidamente, foge de seu palácio. Isso, em sua época e em sua idade, demonstrava que, na radicalidade de opção, Clara era de extraordinária fibra, de uma estrutura humana e espiritual excepcionais.
Oração final.
Sexto dia
Oração inicial.
Reflexão: “Voltaram os cavalheiros, com grande espanto na cara. Palácios tristes… Inútil espada… Que grandes paixões ocultas nas altas muralhas! Pasmado, o povo contempla aquela chegada. (Longe ficara a menina que servir a Deus sonhara, de glórias vãs esquecida, da família separada. Força nenhuma a seus votos a arrancara. Aos pés de Cristo caía: não desejava mais nada). Olhavam-se os mercadores, com grandes espanto na cara.”
Meditação: São Francisco, com seus companheiros, a esperam com tochas acesas na igrejinha de Nossa Senhora dos Anjos da Porciúncula. Aí, aos pés da Virgem Maria, Francisco corta a linda cabeleira de Clara. Gesto simbólico de uma entrega total a Deus. As vestes ricas são trocadas por um hábito simples, marrom, cor da terra ou das cotovias; e, por cinto, Francisco lhe entrega a rústica corda. Estava vestida a nova esposa de Cristo. Francisco leva-a para o Mosteiro das Beneditinas onde estaria mais segura. A família fez tudo para trazer de novo a fugitiva para casa. Clara estava armada com a força de Deus vencendo todas as ameaças.
Oração final.
Sétimo dia
Oração inicial.
Reflexão: “Do pano mais velho usava. Do pão mais velho comia. Num leito de vides secas e de cilícios vestida, em travesseiro de pedra, seu curto sono dormia. Cada vez mais pobre tinha de ser sua vida, entre orações e trabalhos e milagres que fazia, a salvar a humanidade dolorida. Mãos no altar, a acender luzes, pés na pedra fria. Humilde, entre as companheiras; diante do mal, destemida, irmã Clara, em seu mosteiro, tênue vivia.”
Meditação: São Damião é um conventinho fora dos muros de Assis. A igrejinha em ruínas foi restaurada por Francisco. Aí está o crucifixo bizantino que lhe falara: “Francisco, vai e restaura a minha igreja”. Para esse lugar tão querido, que lhe recordava profundamente a própria conversão, é que Francisco conduziu suas primeiras discípulas. O conventinho pequeno, pobre e humilde encantou o coração de Clara e, rapidamente, se povoou de vozes juvenis cantando dia e noite os louvores de Deus.
Oração final.
Oitavo dia
Oração inicial.
Reflexão: “Já quarenta anos passaram: é uma velhinha, a menina que, por amor à pobreza, se despojou do que tinha, fez-se monja, e foi com tanta alegria servir a Deus nos altares, e, entre luz e ladainha, rogar pelos pecadores em agonia. Já passaram quarenta anos: e hoje a morte se avizinha. (Tão doente, o corpo! A alma, tão festiva! Os grandes olhos abertos uma lágrima sustinham: não se perdesse no mundo o seu sonho de menina!)”.
Meditação: Santa Clara, mulher de fé, possuía um poder maravilhoso que arrancava de Deus os maiores prodígios. Esses favores extraordinários nunca eram para si, mas para ir em socorro daqueles que padeciam de enfermidade. Orava, fazia o sinal da Cruz e o milagre acontecia. Multiplicou pães, curou doentes das mais diversas enfermidades. Adivinhou secretos sofrimentos e tribulações que padeciam muitas pessoas, foi uma bênção de Deus para todos que a conheceram.
Ainda hoje, Clara continua sua missão ao lado dos atribulados. Há pouco tempo, reencontraram Santa Clara e os jornais se encheram das manifestações de gratidão pela humilde apaixonada por Jesus. Novenas e orações se multiplicam e ela continua sua ação poderosa como intercessora junto a Deus, por todos que a invocam.
Oração final.
Nono dia
Oração inicial.
Reflexão: “Já seus olhos se fecharam. E agora rezam-lhe ofícios. (Tecem-lhe os anjos grinaldas no divino Paraíso. ‘Pomba argêntea!’ cantam, ‘Estrela claríssima!’). Irmã Clara, humilde foste, muito além do que é preciso!… O caminho me ensinaste: o que fiz foi vir contigo. (Assim conversam, gloriosos, Santa Clara e São Francisco, Cantam os anjos alegres: vede o seu sorriso!). Que assim partem deste mundo os santos, com seus serviços. Entre os humanos tormentos, são exemplo e aviso, pois estamos tão cercados de ciladas e inimigos! ‘Santa! Santa! Santa Clara!’ os anjos cantam.”
Meditação: A vida de Clara se passou no silêncio e na humildade de uma vida reclusa e pobre. Mas Deus, que exalta os humildes, quis que sua serva tivesse uma morte gloriosa e seu sepultamento fosse uma apoteose. Clara vivia os seus últimos momentos neste mundo rodeado por suas irmãs. A certa altura, diz baixinho: “Vai, segura minha alma, pois tens um bom guia para o caminho. Aquele que te criou, te ama ternamente, como uma mãe a teu filhinho querido!”. Ela falava com sua alma e, assim, acrescentou: “Sê bendito, Senhor, por me haveres criado!”. Foram suas últimas palavras.
Oração final.
Oração a Santa Clara:
Ó amável Santa Clara, por teu amor à infância de Jesus, alcança-nos a proteção sobre nossa família; Por teu amor à Paixão de Jesus, alcança-nos força e coragem na provação. Por teu amor à Igreja, alcança-nos a fé, a esperança e a caridade. Por teu amor aos irmãos, alcança-nos a graça que vos pedimos. Por teu amor à oração, alcança-nos o desejo de estar com o Senhor. Por teu amor à pobreza, alcança-nos desprender-nos dos vícios e pecados. Por tua Santa Morte, alcança-nos também a nós, uma vida e morte santas nas mãos da Virgem Maria. Amém.
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